Retiro no Tibete

Mais de 6 meses de amor incondicional, de aprendizagem, de valorização, de crescimento e de momentos de desespero. Sim amigos, no meio da imensa felicidade e bênção há dias e momentos de exaustão. Ou porque se dorme menos bem, ou porque o trabalho corre mal, ou porque se discute ou porque ele não quer esta sopa, ou só porque acordamos assim. Há dias que só apetece ir de férias, sozinha, tirar férias de tudo. Não se ama menos nem se é menos por isso. Há momentos de desistência, o corpo não aguenta mais esse dia, essa semana... E só entende isto quem é mãe. Nem pai entende. Por muita compreensão que eu tenha por parte do pai, ele nunca vai entender isto. Só mãe sabe. Mãe não pára. Cuida, mima, preocupada, vigia de noite, arruma, cozinha... o pai pode fazer tudo isto, e atenção que não disse ajudar. O pai fazer tarefas domésticas não é ajudar em casa. Não me está a fazer favor nenhum para me ajudar. Está a cuidar da casa dele, como eu cuido da minha todos os dias. Mas adiante. Mesmo que o pai faça, a mãe tem sempre o que fazer. E há dias que apetece ir para um retiro do Tibete e ir telefonando para ver se está tudo bem. Sim, mãe até do retiro telefona para ver se tudo está bem.
Não tem mal nenhum apetecer fugir, porque somos humanos. Não tem mal nenhum admitir que há dias difíceis. E o meu bebé é tão fácil, tão calmo, tão bom! Faço vénias às mães solteiras, às mães de bebés difíceis e às mães de uma catrefada de garotos, que não desistem e são exemplos. Tem de se ser muito boa pessoa para se amar desta forma e não se fazer retiros no Tibete de 15 em 15 dias... Tem de se amar de forma única, porque vale muito a pena, nada vale tanto assim, mas há dias lixados.