Desde que venha com saúde...
De certeza que é comum a todas as pré-mamãs o medo de que algo corra mal na gravidez, no desenvolvimento do nosso bebé.
A
cada consulta, cada ecografia e a confirmação do médico de que tudo
está bem, que está a desenvolver-se e a crescer com saúde, é um alívio
que já me emociona até. Mas é um alivio momentâneo. Há sempre aquela
pessoa que tem uma história com final menos bom, reportagem que passa na
tv que nos lembra da sensibilidade que tem o assunto saúde. O que hoje é
amanhã já não é.
Existem diversos problemas e sindromes que só são
detetados com certeza na nascença, então até aí acho que vou sempre ter
medo e pensar nessa hipótese. Mas e se me acontecer? Não sei. Tento não
pensar muito nisso, tento dar o meu melhor para que tudo corra como deve
ser e ele cresça dia após dia, mas acaba sempre por pairar o "E se...".
Uma coisa eu sei, é meu filho, já o amo sem o conhecer e sei que o vou
amar ainda mais quando nascer, seja como for.
Não me cabe a mim
definir o que é uma criança normal. Não me caberia a mim decidir no
inicio da gravidez se ele era digno ou não de viver. Quem sou eu para
dizer que viver com dificiência é triste? Eu não sei, nunca senti por
ele, não se pode comparar o direito à vida, todos temos o direito de
viver tal como somos. Não digo nem acredito que seja fácil. Não sei até
onde me levaria a revolta de o ver sofrer e em consecutivos
internamentos por exemplo, mas sou mãe, e cabe-me a mim amar
incondicionalmente e cuidar, seja como for.
Hoje tenho saúde, amanhã
não sei...seria justo alguém decidir por mim se tenho direito a viver?
Não... Seria justo eu ser trocada por outra saudável por ser mais fácil
assim?
Eu sei lá que propósito é o nosso neste mundo, para ser eu a
definir quem é normal. O que é ser normal? Para mim ser normal é amar
incondicionalmente, e ter o espirito branco, com gratidão e bondade. O
resto? Que resto?