8 meses depois...

02-05-2017

Dá para acreditar que já estamos no oitavo mês? Incrivel como passou a correr, ainda agora contei a toda a gente e já estás quase aqui!
O tempo é, de facto, relativo. Se na alegria de te ter nos braços sinto que estes 8 meses ainda são pouco com tanto para esperar, na ansiedade do medo do parto estes mesmos 8 meses parecem-me tão pouco para o final... Pondo na balança, não sei para que lado tende mais, se para a alegria, se para a ansiedade... Mas acho que o poder na felicidade vai sempre sair por cima. Quero acreditar nisso pelo menos. Tenho momentos de alguma inquietação, preocupada com o que pode correr mal, mas tenho tantos momentos de alegria só de te imaginar aqui comigo, connosco. Acho que é o que me vale, agarrar-me a este amor enorme e vontade de te fazer feliz, até me esqueço que estou cheínha de medo ahah
Não sei se é o caso de outras mamãs, mas para mim assusta-me muito mais a ideia de um parto demorado, dia inteiro de espera do que um parto de duas ou 3 horas mesmo que doloroso. É a espera que me angustia. Sempre foi, em geral na minha vida, nunca soube esperar, nunca fui calma a esperar. Ganho coragem para os meus maiores medos mas se for logo, se me fazem esperar as coisas já se complicam. Vão na mesma, sempre foram, mas a ansiedade que se avizinha faz-me acobardar um bocado. E aqui está a ser igual. Claro que a dor, o sofrimento, o desespero, sei lá, tudo isso me assusta, mas o que me deixa ansiosa e nervosa é a espera nesse dia. Só rezo para que a bolsa rebente, porque se eu tiver de fazer parto induzido, com data e hora marcada, esperar por esse dia vai dar cabo de mim, do meu sono, da minha fome, do meu bem estar... Tem de ser inesperado, tem de ser "pronto é agora, não penses, não planeis, vai...". Vamos esperar que assim seja.
Começo a imaginar os nossos primeiros momentos, os telefonemas a avisar que já nasceste, as emoções que vou sentir dos outros, imagino o dia que estará lá fora, a roupa que tenho vestida, a roupa que te vou vestir... Imagino olhar-te nos olhos, tocar na tua mãozinha, olhar e saber "este é o meu filho". Para sempre. Sou tua mãe.
Quero muito viver este dia da forma mais plena que eu consiga, porque é assim que te quero colocar no mundo, de forma tranquila, quero que sintas a minha calma por te amar tanto. Por todos te amarmos tanto.
8 meses depois, mudei tanto. Nem sei já quem era antes disto. Gosto mais desta minha versão. Mais humana, mais tolerante, mais calma. Incrível mas é verdade, no meio de tanto medo e dúvida, sou tão mais calma.


Sara, 2017
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